Livro ROBERTO GALVÃO, OLHARES


OLHOS VOLTADOS PARA GALVÃO.

A fase mais recente da pintura do artista cearense Roberto Galvão é catalogada e comentada pelo espanhol Francisco Lara, no livro "Roberto Galvão Olhares". O lançamento acontece no espaço da Casa Cor Ceará 2011 dedicado ao Museu Madi, de Sobral.

Foi por volta do ano de 1993 que o artista Francisco Lara conheceu o trabalho de Roberto Galvão, exposto na Espanha. Inspirado pela obra do cearense, desenvolveu a sua arte: fazer joias. Desde então, Galvão e Lara vêm mantendo uma relação de amizade e admiração, cruzando suas perspectivas e opiniões em torno da criação artística.

Sobre este encontro, Francisco Lara esclarece em um trecho de seus comentários: "Ele foi, em certa medida, o responsável por mudança marcante em minha trajetória criativa ao instigar-me, a passar de aprendiz a mestre, quando eu tinha 31 anos e participávamos de um ateliê de gravuras nos Cursos de Verão da Universidade de Alcalá de Henares, em Pastrana. Do mesmo modo, desde aquela data tenho presenciado o seu papel de assessoramento e orientação, inclusive na produção artística de não poucos criadores de relevância nacional e internacional. Não são poucos os pintores que ele tem entusiasmado a seguir produzindo, a evoluir mediante a elaboração do trabalho diário".

O livro "Roberto Galvão - Olhares", que será lançado amanhã, no espaço dedicado ao Museu Madi, da Casa Cor Ceará 2011, é uma tentativa de reunir uma parcela das criações do autor, ampliando o acesso ao seu repertório. "A intenção foi catalogar obras mais recentes, a partir da década de 90. No entanto não deixam de ser 20 anos de trabalhos. Minha participação consiste em uma apresentação e em breves comentários", explica Francisco Lara.

NUANCES. Composto sobretudo de imagens, o livro faz uma retrospectiva pontuada por análises do artista espanhol. Para ele, Roberto Galvão não é apenas sinônimo de acerto estético, mas encarna em suas pinturas contextos políticos, sociais e referências ao Ceará, inclusive.

Sobre a trajetória integral do pintor, uma das coleções que Lara fez questão de rememorar ementrevista foi o trabalho com arraias, que levou Galvão à Bienal Internacional de São Paulo, em 1973. "A Bienal de São Paulo é um dos mais importantes lugares em que um artista pode apresentar seu trabalho. As arraias tinham esse aspecto de mesclar a universalidade da sua técnica com o regionalismo, já que o mar é um símbolo muito cearense", comenta o espanhol.

Outros adjetivos relacionado à obra de Roberto Galvão por Lara é "impactante e múltipla". A força da sua paleta de cores e os diferentes tipos de materiais utilizados impressionam os espectadores de outros países, pelos quais passou. "Em Portugal, expôs uma fase de instalações; na Espanha, foi o estudo com bichos; na França, apresentou esculturas; e na Alemanha, as gravuras. Atualmente, ele tem se dedicado principalmente a painéis com temas ecológicos, investindo em cores fortes, quentes", detalha a jornalista Lúcia Galvão, esposa do artista cearense.

MADI. Patrocinado pela Construtora Queiroz Galvão, o livro será distribuído entre os convidados ao lançamento. O evento acontece no Espaço Madi, dedicado a apresentação do projeto arquitetônico do novo Museu Madi Sobral, que deverá ser reconstruído após as avarias sofridas na cheia do Rio Acaraú. Após três anos de funcionamento, a sede foi fechada após a última cheia, que danificou de modo irreparável todo o seu sistema elétrico, de refrigeração e de iluminação. O acervo foi retirado das dependências do Museu já com a água invadindo o prédio, causando danos em algumas obras.

Somente agora, depois de concluir a construção do Açude Taquara, criado para barrar o sangramento do Rio Acaraú, a Prefeitura de Sobral contratou Roberto Galvão como curador, a fim de coordenar os trabalhos de reimplantação do Museu Madi Sobral.

Imagem do novo projeto arquitetônico do Museu Madi, às margens do Rio Acaraú. Para assinar a curadoria do museu e coordenar a reconstrução, a Prefeitura de Sobral convidou Roberto Galvão.

Implantado nos jardins da margem esquerda do rio, o museu será composto pela Biblioteca Pública Lustosa da Costa e a Escola de Comunicação, Artes e Ofícios Augusto Pontes - ECOA, um complexo cultural que dispõe de teatro, anfiteatro, oficinas de pintura, escultura, gravura, laboratório de restauro, salas de dança e restaurante.

MAIS INFORMAÇÕES. Lançamento do livro "Roberto Galvão Olhares". Amanhã, às 20 horas, na Casa Cor Ceará. (Av. Almirante Tamandaré, 22). Contato: (85) 3112-4144

Texto: Mayara de Araújo (repórter), 17/11/20111 - Caderno 3 - Diário do Nordeste.


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